terça-feira, 19 de julho de 2011
Uma única história tantos personagens!!!
domingo, 10 de julho de 2011
Juan Zapata, diretor. Não sei, se o chamo de idealizador ou de idealista. Mas, acredito, sinceramente que minhas fotos digam muito mais dele, do que qualquer palavra. Juan Zapata, demanda um complexo exercício de observação para se arriscar a traduzir o que carrega seu olhar. Mas, um bom tempo de convivência me permite dizer que este idealista e idealizador acima de qualquer coisa é um menino, muito menino, sonhador. Que gosta de carregar nos ombros o peso do mundo e a responsabilidade de fazer um filme de ficção, seu primeiro filme de ficção já com tantas dificuldades, mas é apenas um romântico que por vezes desconhece o limite e o entendimento dos seus sentimentos. E é por isso que ele fez SIMONE, carregado de tantas referências de seu mundo. Entre suas frases clássicas durante as gravações se destaca com certeza: 'que lindo eso'. Obrigado Juan por ter doado seu cachê, seu trabalho, seu sonho e principalmente sua poupança por SIMONE. Obrigado, também, por ter aberto as portas de sua casa, para ser locação, ponto de encontro, um lugar aconchegante e quentinho do lado da lareira, nas noites longas de frio e diárias intermináveis.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
O que se esconde por detrás do Olhar de Natalia Mikeliunas??
terça-feira, 31 de maio de 2011
Natalia Mikeliunas - mais um olhar estrangeiro no mundo de SIMONE...
sábado, 14 de maio de 2011
Nos seus traços, tantos embaraços: fragmentos de Roberto Birindelli!!
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Na sua lembrança...
terça-feira, 12 de abril de 2011
O PRIMEIRO ENCONTRO COM SIMONE TELECCHI
ATO I - LEVE-ME...em alguns minutos...
Ela abriu a porta do prédio e me desmontou. Parece exagero, mas minhas pernas ficaram bambas e subi as escadas do prédio sem sentir ao certo para onde estava indo. Sua leveza subiu ao meu lado e adentrou em uma casa cheia de vida e de elementos que me causaram identificação imediata. Dorinha tomava sua mamadeira deitada no sofá da sala. A luz fresca da manhã invadia o aposento e perto da janela, rosas em tom de laranja enfeitavam uma pequena mesa. Convidou-me para sentar no sofá, e sua leveza sentou ao meu lado. Ali me sentia mais estável e então consegui tocar seu olhar e entrar aos poucos no mundo de Simone Telecchi. Mas talvez nossa inquietude não permitisse que ficássemos paradas. Nos dirigimos, então, a cozinha. Sentamos em torno da mesa e entre um gole e outro de água deixei que também sua vida deslizasse pela minha garganta. Limitei-me a pequenos movimentos de mãos, pois ao certo, elas continuavam nervosas.
ATO 2 – HORA DE PARTIR
Mãe, mãe...to indo embora. Disse Simone no ouvido da mãe no meio da noite antes de partir para Porto Alegre. Sem remorso e talvez com uma frieza e audácia que só se encontra no olhar das pessoas de 18 anos, Simone de carona em um caminhão deixa a cidade de Pelotas. Fugia das nuvens carregadas sobre a vida de sua mãe depois que ficou viúva. Talvez por que ela fosse leve demais para estar sobre aquele mesmo teto. Deixou o conforto da casa grande e do carro da família para vivenciar a casa do Estudante na UFRGS. Uma experiência maravilhosa, segundo Simone. E eu sabia o quanto era de verdade.
ATO 3 – HORA DE SE ASSUMIR
Agora é sua vez. Lhe disse a professora de dança perto de seu rosto ao cobrir seu corpo deitado sobre um sofá, enquanto esperava as colegas apresentarem seus números. Simone lembra até hoje daquele momento gritante de paixão despertada em sua adolescência. Depois são tantas lembranças e tantas mulheres, que lhe parte o coração ter perdido as fotos e os diários que um dia foram rasgados no chão de sua casa. Afinal, o ciúmes desperta tantos monstros, até os mais adormecidos em nós. Simone ao chegar em casa, olha para parte de sua vida rasgada e simplesmente entende que não há o que dizer. Mas disse...disse desde cedo a sua mãe que namorava meninas. Por que não reconhece dramas no ato de “ser de verdade”.
ATO 4 - HORA DE UM CAFÉ
Preferes café fraco, médio ou forte? Pergunta-me Simone ao atravessar a cozinha e tocar com suas mãos o escoador de café sobre a piá. Seu sorriso teria me penetrado tanto que não tinha como recusar aquele café, e queria um muito forte. Da sua formação em matemática, o trabalho como funcionária pública passamos pelas histórias de família, a relação com os irmãos, suas namoradas, suas razões e a falta delas. Também falamos de seus dois namorados... quando um deles, o atual marido se junta a nós na cozinha. É ele que hoje prepara o almoço da casa. É ele também que escreveu uma música para Simone e que entende ser perfeita para o filme.
ATO 5 – HORA DE DORINHA
Simone por alguns instantes me lembra um menino, pelo seu andar com passos mais largos, pelos seus braços que tanto balançam ao se deslocar. E ainda pelos seus leves cabelos curtos, que ela lava no tanque da área de serviço sem constrangimentos antes de nossas fotos. Ela parece ainda tão menino, isso é fato, mas sua altivez só não chama mais a atenção por que na casa também encontra-se Dorinha. A linda menina de cílios negros e pele morena é a filha de Simone. Dorinha tem três anos e entrou na vida de Simone, justamente quando ela e Juan Zapata já começavam a trabalhar o roteiro do filme, tanto que em função da gravidez o trabalho na época não pode continuar, por certo por que a época dele é agora.
Dorinha volta e meia se junta a nós na cozinha, às vezes falante, às vezes tímida, às vezes manhosa querendo colo de mãe. Conta-me sobre o machucado que tem na perna e chora quando seu pai troca o curativo. Depois volta sorrindo e me traz um brinquedo que toca algumas musiquinhas. Aliás, talento não lhe falta para puxar ao pai que é músico, pois logo depois sentada no chão da sala, ela canta de uma forma um pouco enrolada uma canção... Pergunto a Simone, como achas que vai ser com a filha quando assistir ao filme. Mas, nem nesse momento Simone aponta qualquer sintoma de dramatização e conflito existencial em relação as suas escolhas. E me olha nos olhos e diz: e tem que ter? De fato, não tem e agora começo a entender melhor o roteiro de Juan Zapata.
ATO 6 – HORA DE FOTOS
Ela lava os cabelos no tanque. Com o secador no banheiro os deixa mais desgrenhados. Retoca seu rosto com uma maquiagem discreta. Afinal, seu rosto de 37 anos está longe de precisar de uma maquiagem mais pesada para esconder as tão temidas rugas. De Simone queria apenas o olhar, mas tive o olhar, o tom, a pele, a face em diversos sensações. E a luz da manhã me presenteava ao entrar por entre janelas, vidros, cortinas, olhos e corpo. Por último ela sugere tirar a blusa para fotografarmos de perfil...Simone é voraz, eu não queria ir tão longe, não ainda... Ao nos despedirmos uma última frase: vamos crescer juntos.
ATO 7 – HORA DE PENSAR...